23 janeiro 2008

O Relógio e o Padre Camilo

Para poder contar melhor esta história vou voltar um pouquinho no tempo. Eu disse pouquinho? Bem, vamos voltar até 1982. Exatamente! O ano em que eu nasci, mas isso não vem ao caso.

Em 82 meus avós estavam morando em Angola, na África, e foi por lá que conheceram os padres Camilo e Magalhães. Logo depois, em 83, meus avós voltaram para o Brasil e o padre Camilo entregou ao meu avô um relógio que estava quebrado, pedindo que meu avô o levasse para consertar.

Os anos se passaram e o relógio foi ficando com meu avô, pois o contato com os padres foi perdido. Mesmo assim meu avô disse que ainda iria devolver o relógio para o padre um dia.

Em setembro do ano passado levei ele até a Basílica de Aparecida para procurar pelo padre. Achamos o padre Magalhães e descobrimos que o padre Camilo estava morando em São João da Boa Vista. Meu avô conseguiu o telefone de onde ele estava e conseguiram se falar.

Semana passada meu avô disse que o padre iria para Aparecida por um tempo e finamente ele poderia entregar o relógio. E lá fomos nós até Aparecida novamente.

No começo pensei que fosse ser um dia chato, com conversas igualmente chatas e tudo mais. Engano meu. O padre desandou a contar as histórias dele lá em Angola. Desde histórias em que ele ficou sob a mira de armas no meio da guerrilha até de como ele conseguiu trocar um vestido de noiva por teto para a igreja e o centro comunitário que ele ajudou a construir. Tudo isso com muito bom humor. No final, as horas que passamos lá foram bem agradáveis e a missão de entregar o relógio foi cumprida.

Ahh, só um detalhe! Mesmo após esses 25 anos o relógio ainda está funcionando, afinal meu avô ficou com o relógio para consertá-lo.

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